31 de dezembro de 2016

Oração pelas festas de Ano Novo

Os festejos de Ano Novo celebram o desejo e a esperança de renovação, de deixar para trás o passado e abraçar o presente e o futuro com a expectativa do bem. Mas esta data também nos convida a orar para que todas as festividades ocorram harmoniosamente.


Sem exagero nas bebidas alcoólicas

Infelizmente muitas pessoas acham que momentos alegres têm de ser celebrados com bebidas alcoólicas. Vamos orar, reconhecendo o governo e a influência de Deus sobre todos os Seus filhos. Deus lhes deu a percepção espiritual e o domínio para não beber, ou para parar de beber na hora certa, sem prejudicar a si mesmo ou a outros. Eles refletem a inteligência divina para agirem sabiamente e não exagerarem nas bebidas. Podemos reconhecer a verdade absoluta de que todos são atraídos por Deus e não pela bebida, pois “há uma só atração real, a do Espírito” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 102).

E podemos lembrar que a verdadeira Mente é Deus, o Espírito, que não é atraída nem afetada pelo álcool. Uma substância material não tem poder sobre a Mente divina e Sua ideia espiritual. Nem Deus nem o homem de Deus podem ficar bêbados, pois o álcool não tem poder algum sobre eles. O homem verdadeiro não tem uma mente mortal separada de Deus, que acredite que o álcool pode deixá-lo mais solto ou alegre, ou que o álcool pode privá-lo de suas faculdades mentais plenas. O homem mortal e beberrão é só uma crença mortal, uma mentira. O homem de Deus é sábio, comedido, forte e tem domínio sobre si mesmo e seus atos. Nada pode privá-lo dessa habilidade.


Sem acidentes

Vamos lembrar desse trecho importante de Ciência e Saúde:  “Os acidentes são desconhecidos para Deus, a Mente imortal, e temos de deixar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo senso apropriado da infalível direção de Deus, e assim trazer à luz a harmonia. Sob a Providência divina não pode haver acidentes, pois na perfeição não há lugar para a imperfeição” (p. 424).

Vamos saber que os filhos de Deus não podem sofrer nem causar acidentes, nem ao volante, nem com fogos de artifício ou garrafas quebradas, pois todos estão sob a “infalível direção de Deus” e sob “a Providência divina”, na qual não pode haver acidentes. Na perfeição do desígnio de Deus para essa noite de Ano Novo não há lugar para a imperfeição.

Sem roubos ou brigas

Vamos lembrar que todos os filhos de Deus são inerentemente bons, pois refletem a natureza divina. Eles não podem roubar alguém, nem brigar com ninguém, pois vivem em Deus, no Amor, e manifestam plenamente a bondade e o amor de Deus. Os filhos de Deus não podem ser perpetradores nem vítimas de crimes, pois eles “habitam no esconderijo do Altíssimo”, e festejam “à sombra do Onipotente” (Salmo 91:1). Todos estão à salvo do mal, pois são envolvidos e protegidos pelo Amor infinito.


Sem superstição

Não precisamos acreditar que algo que fizermos na virada do ano vai nos dar sorte ou azar no novo ano. Vestir branco, pular sete ondinhas, ou outras superstições não têm poder algum para nos beneficiar ou prejudicar. O sucesso e a felicidade de nosso ano novo depende exclusivamente de nossos pensamentos e de nossos atos. Se pensarmos certo e agirmos certo em nosso dia-a-dia, seremos felizes durante o ano todo, independente do que vestimos ou fizemos na noite de ano novo. Podemos ficar livres dessas superstições, sabendo que os filhos de Deus não estão sujeitos à sorte ou ao azar. Só estamos sujeitos a Deus, o Amor, e a Seu poder e a Sua vontade. E sabemos que a vontade de Deus para nós inclui somente o bem, o bem infinito.

Com gratidão, expectativa do bem e alegria

Podemos aproveitar a noite de ano novo para agradecer por todo o bem que se desdobrou para nós no ano que termina e agradecer antecipadamente às benção divinas que Deus vai nos revelar no ano que se inicia. Podemos nos despojar de nossas vontades e planos humanos e esperar em Deus por um ano novo cheio de progresso, bênçãos espirituais e muita felicidade.

Deus não só deseja, Ele sabe, que todos nós teremos um Feliz Ano Novo!

28 de setembro de 2016

Sensualismo, um visitante

No ano passado, uma aluna da Escola Dominical sugeriu que falássemos sobre o casamento gay, homossexualidade e todas essas mudanças que vêm acontecendo na sociedade. Concordei, e como na Ciência Cristã sempre procuramos começar com Deus e Sua ideia, abrimos a Bíblia no primeiro capítulo de Gênesis, onde está descrita a criação espiritual de Deus. Lá lemos que "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou." (Gênesis 1:27). Concordamos que esse 'homem' e essa 'mulher' da criação espiritual não têm corpos materiais, pois são a 'imagem de Deus'. Da mesma forma, concordamos que a benção "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra..." não se refere à procriação material, mas sim a um desdobramento de ideias, ou seja, não depende de relações sexuais para a geração de novos homens e mulheres.


Já no segundo capítulo de Gênesis, lemos a descrição da criação material, onde o homem é formado do pó da terra e a mulher, de uma costela deste homem. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, lemos que "Esse segundo relato indubitavelmente conta a história do erro nas suas formas exteriorizadas, chamadas vida e inteligência na matéria. Esse relato é o registro do panteísmo, oposto à supremacia do Espirito divino; contudo, nele está declarado que esse estado de coisas é temporário e que esse homem é mortal – pó que torna ao pó. "(522: 12)

E, de fato, ao lermos no versículo 7, que logo após Adão e Eva terem seguido a sugestão da serpente, "abriram-se, então, os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si", isto nos pareceu uma descrição simples do sensualismo como a crença de que certas partes do corpo têm mais importância do que outras, ou seja, o poder de provocar atração ou repulsa.

A biologia pode explicar o sensualismo como uma lei da natureza, como o instinto de preservação da espécie, e descrever a atração sexual como regida por hormônios. A psicologia pode explicar orientação sexual como uma construção da personalidade humana, onde masculino e feminino são padrões sociais em que alguns se encaixam com mais facilidade do que outros. Mas, o que fazer com o desejo sexual? Como lidar com essa atração na vida prática?

Examinamos um exemplo bíblico: Davi, quando já era rei de Israel e tinha várias esposas, viu uma mulher tomando banho. Era Bate Seba, uma mulher muito bela e Davi logo sentiu atração por ela. Mesmo depois de saber que era casada, ele ordenou a seus servos que a trouxessem ao palácio. Eles obedeceram e o desejo de Davi foi satisfeito. Porém esse fato logo se tornaria público porque Bate Seba engravidou e seu marido estava fora, na guerra.

"Bate Seba" - Pintura de Jean-Leon Gerome (1889)

Davi mandou chamar Urias, o marido dela, para que passasse uma noite com ela e, assim, encobrisse o adultério. Mas Urias, por lealdade a seus companheiros, não aceitou esse privilégio. Então Davi deu ordem a seu general que colocasse Urias na frente de batalha, no lugar mais perigoso, para que morresse. E assim foi feito. Depois de viúva, Bate Seba casou-se com Davi e teve o filho. Aparentemente o problema estava resolvido.

Mas o profeta Natan veio a Davi contando uma história de um homem que, embora fosse rico e dono de muitos rebanhos, não quis se utilizar de seu gado para atender a um viajante que o visitava, e assim tomou a única cordeira de um homem pobre. Davi condenou a atitude egoísta e abusiva daquele homem. Então foi alertado pelo profeta: “Tu és o homem” (2 Samuel 12:7). Davi compreendeu a comparação, caiu em si e se arrependeu.


Gosto da analogia que o profeta fez, comparando o desejo sexual com um 'viajante'. De fato, este aspecto humano não faz parte do homem real e espiritual, criado por Deus, portanto não pode ser eterno. Humanamente convivemos com esse 'viajante', como com tantas outras necessidades materiais, alimento, vestuário, abrigo, transporte, etc. Mas se buscarmos "em primeiro lugar o seu reino e sua justiça" (Mateus 6:33) isto é, reconhecemos que os filhos de Deus já são completos e se relacionam diretamente com Deus, as necessidades humanas serão supridas harmoniosamente.

Se para atender ao desejo, seja pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo, alguém agir por impulso poderá incorrer no erro de Davi e demonstrar egoísmo, falsidade, covardia, e prejudicar muito ao próximo. Mas se agir com prudência e ponderação, poderá construir relacionamentos baseados no respeito, em que qualidades como fidelidade, lealdade, honestidade, confiança e companheirismo serão demonstradas, contribuindo para o crescimento espiritual e a felicidade que disso decorre. 

Neste aspecto, o capítulo "Matrimônio", de Ciência e Saúde, é uma fonte de orientação confiável, pois apresenta conceitos espirituais e sua aplicação na convivência em família. "Até discernirmos que a criação espiritual está intacta, até que ela seja percebida e compreendida, e até que o reino de Deus tenha vindo como na visão do Apocalipse – em que o sentido corpóreo da criação foi expulso e seu senso espiritual foi visto como uma revelação vinda do céu – o matrimônio continuará a existir, sujeito a regulamentos morais que assegurem virtude cada vez maior. " (56:7).

(Este artigo foi escrito por Cecília Terrana, do Rio de Janeiro, Brasil.)

8 de setembro de 2016

Beleza e Riqueza Secretas

Você se acha bonita? Você se acha rica? Quem não gostaria de ser rico e bonito, não é mesmo? A boa notícia é que ser belo e rico está ao alcance de todos. De todos mesmo. Não me refiro a uma beleza que vai embora com o passar dos anos, ou a uma riqueza que pode ser roubada ou perdida.

O livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, revela que “os cristãos se regozijam na beleza e generosidade secretas, ocultas ao mundo, mas conhecidas de Deus” (p.15). Em inglês, a palavra “bounty”, traduzida como “generosidade”, poderia também ser traduzida como abundância, recompensa, valor, riqueza. Portanto, o trecho diz que “os cristãos se alegram com beleza e abundância secretas”. Não está falando de beleza física ou de abundância de bens materiais. Esta falando de beleza e riqueza espiritual.

A beleza espiritual vem de todas as qualidades divinas que expressamos por sermos o reflexo de Deus, a imagem e semelhança de Deus. Estas qualidades são: bondade, generosidade, amorosidade, inteligência, sabedoria, força, domínio, paz, saúde, honestidade, santidade, espontaneidade, liberdade, felicidade. Estas qualidades são lindíssimas, e quando as expressamos nós somos verdadeiramente belos. Esta é a verdadeira beleza, que nada tem a ver com a aparência física. É uma beleza que se mantém plena, mesmo com o passar dos anos, e nada nem ninguém pode nos tirar.


A riqueza espiritual vem de todas as bênçãos que Deus provê. Por exemplo, Deus é a Mente infinita. Ele sabe tudo. Tudo o que realmente existe está no conhecimento desta Mente. E nós somos um com a Mente, portanto temos acesso pleno a essa infinita riqueza de conhecimento, pois tudo o que a Mente sabe, Ela nos revela.

Deus é o Espírito. Nós somos filhos de Deus, portanto somos “ricos em Espírito”, pois temos pleno acesso ao Espírito, que nos inspira e espiritualiza nosso pensamento. Como reflexo do Espírito, nós somos espirituais. Isso significa que não somos materiais, portanto estamos livres de todas as mazelas que vêm com a materialidade. Livres do pecado, doença, morte e limitação que afligem o corpo material, o suposto homem material. Mas, como nosso verdadeiro ser é espiritual, nós somos livres de todos esses males. Essa liberdade é uma verdadeira riqueza espiritual.

Deus é a Alma. Ele nos anima. O desânimo tende a nos impedir de agir, de tentar, de progredir. Ele diz que nada vale a pena. O desânimo gera a pobreza. Mas a Alma destrói o desânimo. A Alma é nossa verdadeira substância, nossa verdadeira riqueza.

Deus é Princípio. Deus é o gerador de tudo. Ele gera ideias maravilhosas que nos enriquecem. "Deus vos dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão suprimento diário" (Escritos Diversos, p.307). A desordem e a discórdia geram pobreza e insatisfação. O Princípio divino estabelece ordem e harmonia. Como refletimos o Princípio, nós somos ordeiros e harmoniosos. Isso é uma linda riqueza!

Deus é a Vida. Nós refletimos a Vida. Ela se manifesta em nós, em disposição, vivacidade e vitalidade plenas e inabaláveis. Somos um com a Vida imortal, eterna, infinita. Portanto, nós também somos imortais. Nosso ser verdadeiro nunca vai envelhecer, decair ou morrer, pois somos a manifestação da Vida. Quer riqueza maior do que essa?

Deus sabe toda a verdade. Deus é a única Verdade. Ele nos mostra tudo o que é verdadeiro. Portanto, nós não nos enganamos e nem nos iludimos e nem nos afligimos com as mentiras e falsidades apresentadas pelos sentidos materiais. Isso porque nós sabemos a verdade espiritual, e somos um com a Verdade, que é Deus. Quer riqueza maior do que essa?

Deus é Amor. Ele ama infinitamente e igualmente a todos os Seus filhos. Nós somos amados por esse Amor. Nós refletimos esse Amor. Nós podemos amar a todos, pois refletimos o Amor infinito. Existe riqueza maior que essa? 


Deus é nosso Pai e Mãe. Ele nos criou. Ele sempre cuidou e sempre cuidará de nós. Ele nos educa, nos ensina, nos guia. Ele nos protege. Ele está sempre conosco. Ele nos supre de tudo o que precisamos. Quer riqueza maior do que ter um Pai-Mãe como Este?

Deus é o Bem. Deus é o Espírito. Isso significa que o Espírito é o Bem. No entanto, o mundo acredita que as coisas materiais são o bem, e que o acúmulo de coisas materiais como dinheiro e posses nos torne mais rico. Mas o acúmulo de matéria não significa acúmulo de riqueza. Pois a verdadeira riqueza é espiritual.

Em vez de querer ter mais matéria, vamos desejar ter mais consciência de Deus, que é o verdadeiro Bem. Nós temos a Deus. Deus é nosso Pai e Mãe. Ele é nosso. Nós temos Deus sempre junto de nós. E nada pode tirar Deus de nós. Portanto, nós temos o Bem e nada pode tirar o Bem de nós. A consciência disso é a verdadeira riqueza.

Mas toda essa beleza e riqueza não são necessariamente perceptíveis aos sentidos materiais, por isso que o trecho de Ciência e Saúde mencionado acima diz que são “secretas”. Elas são desconhecidas para o mundo, mas são conhecidas de Deus. E através do estudo da Ciência Cristã toda essa beleza e riqueza espirituais também ficam conhecidas por nós.

Agora que conhecemos a beleza e riqueza que temos, vamos nos alegrar com elas! Em vez de ficar se achando feia, ou de ficar desejando ter supostas riquezas materiais, vamos reconhecer toda a beleza e riqueza espirituais que temos, e nos regozijar nelas!