18 de dezembro de 2014

Minha História Espiritual

As pessoas geralmente têm a tendência de olhar para o passado para tirar conclusões sobre elas mesmas. Por exemplo, é comum ouvirmos um estudante falar “eu não sou bom em matemática.” De onde ele tirou essa conclusão? Do passado. Ele teve dificuldade em aprender essa matéria e tirou notas baixas, logo concluiu que não é bom em matemática, e essa conclusão passa a limitar seu presente e seu futuro.

Referindo-se a um problema de saúde ou de comportamento, é comum ouvirmos alguém dizer “eu sempre tive esse problema”. Nessa afirmação está implícita a conclusão: “por isso, acho que sempre terei esse problema”. Só porque o problema fez parte de seu passado, as pessoas erroneamente concluem que o problema fará parte de seu futuro. Será que está certo pensar assim?

Será que a história material define quem eu sou? Será que meus pensamentos e ações do passado, os erros e acertos que fiz, definem quem eu sou hoje? De onde eu devo tirar conclusões a meu respeito, do passado, ou da verdade espiritual?

Mary Baker Eddy, que foi uma grande pensadora e reformadora religiosa, tocou nesse assunto quando escreveu estas palavras: “A verdadeira teoria sobre o universo, que inclui o homem, não está na história material, mas no desdobramento espiritual” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p.547).

A ideia de “desdobramento espiritual” também pode ser traduzida como “desenvolvimento espiritual”. Ou seja, devo pensar menos na minha história material, e mais no meu desenvolvimento espiritual. Posso ter cometido erros, mas não vou me limitar por eles, nem deixar que eles me assombrem. Vou focar no que aprendi com eles. Vou agradecer pelo progresso espiritual, por cada lição que aprendi na minha trajetória.


Também aprendi que não devo elaborar teorias a meu respeito com base em minha história material, mas sim no desdobramento espiritual do bem em minha vida. Em vez pensar “eu tenho esse defeito porque sempre o tive” aprendi a pensar “eu não posso ter esse defeito porque Deus não tem esse defeito, e eu sou a imagem e semelhança de Deus”. Em vez de olhar para o passado para aprender quem eu sou, passei a olhar para Deus, que é a verdadeira fonte de meu ser. Deus define quem eu sou. Deus é perfeito e me criou com perfeição. Ele nunca me deu o mal. Ele é totalmente bom, e só me dá o bem. Deus nunca me deu defeitos. Ele só me dá qualidades. Todas as qualidades de Deus são sempre refletidas por mim e por todos. Inteligência, sabedoria, saúde, santidade, vitalidade, pureza, harmonia, alegria... são qualidades que Deus me deu e nada pode tirar.

Anos atrás, eu queria muito arrumar uma namorada, mas não conseguia. Conheci várias garotas em diferentes ocasiões, mas parecia que nenhuma delas se interessava por mim. Eu não sabia o porquê disso e ficava desolado. Então percebi que, ao conhecer uma garota, eu sempre contava a história triste de meus desejos e aspirações profissionais que eu não tinha conseguido realizar. Alguns projetos mal sucedidos no passado me atormentavam e me faziam ter uma baixa autoestima. Sem querer, eu passava a imagem de um homem fracassado. Mais tarde, percebi que eu estava dando um falso testemunho sobre mim mesmo, com base em minha história material e não em fatos espirituais.

Uma passagem de Ciência e Saúde me chamou a atenção: “Todas as formas do erro sustentam as falsas conclusões de que haja mais de uma Vida, de que a história material seja tão real e tão viva como a história espiritual” (p.204). Pensando neste trecho, veio-me a pergunta: Será que existe uma história espiritual, que possa contradizer e anular a história material? Como posso descobrir minha história espiritual?

Tempos depois, eu conheci uma garota legal e nós marcamos um encontro para dali há alguns dias. Quando a data do encontro se aproximava, o medo aumentava. O passado me assombrava, fazendo-me acreditar que ia se repetir. Será que aquela menina ia se interessar por mim? Será que ela me rejeitaria, como fizeram as outras antes dela? O que eu podia fazer para o passado não se repetir?

Um pouco antes do encontro, eu comecei a orar. Me voltei a Deus com todo o coração, abrindo meu pensamento para as mensagens angelicais que vinham de Deus pra mim. Veio-me a ideia de olhar meu passado com olhos espirituais, com os olhos de Deus. Qual é meu verdadeiro passado? Ou seja, o que Deus sabe sobre mim e sobre meu passado?

Enquanto caminhava pela calçada, indo me encontrar com a garota, veio-me claramente ao pensamento que meu verdadeiro passado é que eu sempre fui um filho perfeito de Deus, sempre manifestei a Sua imagem e semelhança, sempre pensei e agi corretamente, sempre estive no lugar certo na hora certa, pois sempre fui guiado pela direção infalível de Deus. Eu nunca estive separado de Deus, pensando e agindo sozinho e cometendo erros. Eu sempre fui unido a Deus, sempre fui governado por Ele, sempre manifestei todas as qualidades divinas que Deus me deu. Esse é meu verdadeiro passado. Eu nunca tinha sido um mortal fracassado e rejeitado. Eu sou e sempre fui um filho de Deus bem sucedido e muito amado. Essas ideias me revelaram uma maneira nova de pensar sobre mim mesmo.

Embalado por essa inspiração, o medo se dissipou, e eu me portei com segurança e confiança no encontro com a garota. Eu estava manifestando meu verdadeiro ser, repleto de qualidades divinas. Nem conversei sobre coisas ruins do passado. Só falei sobre coisas boas. E fiquei feliz de perceber que a garota gostou de mim como eu gostei dela. Em pouco tempo, começamos a namorar.

Essa experiência me revelou a importância de não nos identificarmos nem nos assustarmos com a falsa história material, mas sim ter em mente nossa história espiritual, que é nossa única história verdadeira.


“Não vos lembreis das cousas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço cousa nova, que está saindo à luz”. (Isaías 43:18,19)


“Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:13,14)

20 de novembro de 2014

O Corpo Espiritual



Pensamos que nosso corpo é material e substancial, não é mesmo? Essa é a impressão, a convicção, que nós temos. Porém, algumas pessoas descobriram que não é bem assim.

Uma delas foi Mary Baker Eddy, uma pensadora religiosa que descobriu a Ciência Cristã. Ela percebeu que o corpo responde à influência positiva ou negativa do pensamento. Depois foi mais além e afirmou que o corpo é a exteriorização do pensamento.

Ela descobriu, praticou e comprovou a eficácia do método de cura da Ciência Cristã, que atua exclusivamente no pensamento, corrigindo as crenças errôneas da pessoa, eliminando seus medos e suprindo-a com uma compreensão espiritual a respeito de si mesma. Essa prática mental resulta na cura do corpo. Isso porque o que chamamos de corpo é na verdade pensamento exteriorizado.

Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Eddy escreve que o homem “possui esse corpo e o torna harmonioso ou discordante, segundo as imagens de pensamento que nele imprime” (p.208). Por isso, a Ciência Cristã ensina a acalentar pensamentos de saúde, que se manifestam num corpo saudável. Mas isso não é simplesmente pensamento positivo. É o pensamento fundamentado na compreensão espiritual de Deus, e do homem feito à imagem e semelhança de Deus. É o pensamento fundamentado na realidade divina, que é totalmente harmoniosa.

Na química e na física quântica, os cientistas pesquisaram a fundo a matéria decompondo-a a seu grau mínimo, e descobriram que o átomo é composto de um núcleo, que tem 0,01% de sua massa, e de elétrons que giram em torno do resto de sua massa, composta 99,9% de espaço vazio. Ou seja, a matéria é basicamente um espaço vazio.

Então se perguntaram: o que nos dá a aparência de que a matéria é sólida e substancial? E concluíram que é o pensamento que nos dá essa impressão de solidez, pois na verdade a matéria não tem substância em si mesma. Ou seja, descobriram exatamente o que Mary Baker Eddy descobrira muitos anos antes. E ela ainda descobriu como curar o corpo somente através do pensamento, algo que os cientistas de hoje ainda não descobriram.

Em outro trecho de Ciência e Saúde, a autora fala do  “corpo, do qual ‘Deus é o arquiteto e edificador’” (p.428). Será que ela está falando do corpo material? Eu acho que não. O homem é o edificador do corpo material. Mas o corpo do qual “Deus é o arquiteto e edificador” é o corpo espiritual. Existe isso? Corpo espiritual?

Sim. Pensemos no outro uso comum da palavra “corpo” para designar conjunto. Por exemplo: corpo de bombeiros (conjunto de bombeiros de um determinado local), corpo de baile (conjunto de bailarinos de uma instituição), corpo docente (conjunto de professores de uma instituição).

Nesse sentido, podemos pensar que nosso corpo espiritual é o conjunto de nossas qualidades espirituais dadas por Deus, como saúde, santidade, vitalidade, integridade, harmonia, paz, inteligência, força, domínio, perfeição, etc. O corpo espiritual é o conjunto de todas as nossas qualidades divinas, cuja fonte infinita é Deus. Esse corpo nunca pode ficar doente, nunca pode sofrer acidentes, nunca pode ser perpetrador ou vítima de violência, nunca pode sofrer, nunca pode envelhecer, nunca pode morrer. Esse corpo espiritual é o corpo do qual Deus é o arquiteto e edificador. Esse é nosso verdadeiro corpo. 


Nota: a ilustração acima só é uma fraca tentativa de representar visualmente a verdade espiritual. A ilustração estaria mais correta se o corpo espiritual estivesse unido a Deus, como um raio de luz que emana do sol e está unido ao sol. Assim, nosso corpo espiritual emana de Deus e é inseparável de Deus.

19 de setembro de 2014

Somos livres para fazer o que é correto!

Em tempos de eleições muito se tem falado sobre o tema da honestidade. A insatisfação com o comportamento de políticos tem gerado demandas sinceras pela expressão de qualidades mais elevadas, como a pureza, a seriedade, o compromisso, o altuísmo e, claro, a honestidade.
O desejo de enxergar o progresso moral em nossa sociedade é plenamente legítimo. Mas algo que tem chamado minha atenção nos últimos tempos, é a importância de reconhecer que toda verdadeira transformação começa em nosso próprio pensamento. Na Bíblia, em Mateus 7, Jesus diz:
“Como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” (Mateus 7: 4-5)
Essas passagens nos instigam a fazer algumas perguntas sinceras a nós mesmos: Estou expressando em minha própria vida qualidades de honestidade, pureza e altruísmo? Estou enxergando o mundo ao meu redor de uma perspectiva pura, que vê o meu próximo como a imagem e semelhança de Deus? Qual é a imagem que está diante de meus próprios olhos?
Se procurarmos nas histórias bíblicas exemplos de superação de situações de desonestidade, veremos que grande parte delas foi desencadeada pelos mais diversos sentimentos. A cobiça, o medo, a inveja, a ganância, a competitividade, são alguns deles. Sentimentos que não têm origem e nem ponto de apoio em Deus, mas sim em uma falsa concepção do “eu” ou “ego”.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy apresenta um antídoto poderoso, não simplesmente para lidar ou contornar essas questões, mas para curá-las. Ela diz:
“Não podemos edificar com segurança sobre fundamentos falsos. A Verdade faz uma nova criatura, na qual as coisas antigas passam; ‘eis que se fizeram novas’. As emoções descontroladas, o amor ao ego, os vícios, o ódio, o medo, toda a sensualidade cedem à espiritualidade, e a superabundância do existir está do lado de Deus, o bem.
Não podemos encher vasilhas que já estão cheias. É preciso primeiro esvaziá-las. Tiremos as roupagens do erro. Então, quando soprarem os ventos de Deus, não nos apegaremos aos nossos farrapos.” (p. 201)
Mas como esvaziar as vasilhas de nosso próprio pensamento para deixar entrar aquilo que é bom e puro? Eddy continua:“O meio de se extrair o erro da mente mortal consiste em inundá-la com a verdade mediante torrentes de Amor.”
Inundar o pensamento com a verdade, a verdade de que somos amados por Deus, todos nós, incluídos nesse Amor, cercados por esse Amor. É com essa torrente de pensamentos que inundamos nossa consciência.
E somos capazes de fazer isso, não por meio da força de vontade ou do pensamento positivo. Mas simplesmente porque, como imagem e semelhança de Deus, refletimos a consciência divina. Os pensamentos de amor já são nossos, nos constituem, são intrínsecos à nossa natureza.
Fazer o que é certo, honesto e puro traz uma sensação de paz sem igual. Nada se compara à satisfação de saber que estamos agindo de acordo com os princípios e leis mais elevados do Amor divino. Nenhum outro suposto prazer material pode trazer a tranquilidade e a segurança que a expressão da honestidade, da pureza e do altruísmo – como qualidades espirituais – nos traz.
Pensar e agir dessa forma é tirar a trave de nossos próprios olhos e enxergar a nós mesmos e aos que estão ao nosso redor, como Deus nos fez. Esse é o antídoto que cura.

10 de setembro de 2014

Aos olhos divinos


Andressa Guterres

Eu sempre admirei a beleza que as pessoas expressam através do olhar. Por várias vezes, me senti muito grata por ter a capacidade de ver as coisas e de me emocionar com elas. Um dia, visitando a Pinacoteca de São Paulo, por um momento em meio a obras e a tanta beleza, senti meu coração grato por ser capaz de perceber tanta beleza mesmo nos pequenos detalhes das obras, em traços que para outras pessoas possam parecer insignificantes, para mim significava cuidado, perfeição, destreza, concentração e outras tantas qualidades que encontramos em Deus.
Os olhos desempenham muitas outras funções, não apenas a de transmitir a imagem que se apresenta em nossa frente. São amplas as funções que eles exercem. Os olhos veem, sentem, percebem. Há quem diga que os olhos são o reflexo da Alma. E são mesmo, porque eles expressam a visão espiritual e por meio deles podemos romper com a aparência humana e mortal e desviar o olhar para a direção certa, para ver como Deus vê. E Ele nos vê como seres perfeitos, pois refletimos todas e cada uma de Suas qualidades.
Contudo, por vezes acontecem algumas situações que nos permitem pôr a prova todas essas Verdades sobre a Mente infinita, sobre Deus e Sua criação.
No inicio desse ano, participei do Simpósio Igreja Viva em São Paulo. O evento iniciou numa sexta-feira e, como moro em Porto Alegre, tinha planejado embarcar na véspera. Foi quando, ao me arrumar em frente ao espelho, cerca de 1h30min antes de me dirigir ao aeroporto, percebi uma mancha de sangue no meu olho direito. No primeiro momento fiquei muito preocupada. Liguei para alguns parentes próximos e todos, com muito amor, me aconselharam a não embarcar. Mas isso não parecia ser o que Deus tinha planejado para mim naquele momento. Foi então que resolvi ligar para uma praticista e contar o que havia acontecido. Sua certeza em afirmar que minha visão é espiritual me fortalecera imediatamente. Não restaram dúvidas, continuei com meus planos e fui até o aeroporto. No caminho, minha filha, que também é aluna da Escola Dominical, disse “Mamãe pode ir, por que Deus está cuidando do seu olhinho”.
No dia seguinte quase nem se notava a mancha de sangue no meu olho, a crença de que esse vazamento poderia se espalhar foi anulada com a Verdade, e eu consegui participar do evento e receber todas as bênçãos que estavam disponíveis nesse dia.
Sou muito grata a Deus por nos dar provas de Seu amor incondicional e imutável. Por estar sempre presente, e por enviar anjos sem que os percebamos. Agradeço à praticista por sua postura firme contra o erro e por me mostrar que não há nenhuma realidade a não ser a divina.





18 de agosto de 2014

O amor divino corrige o homem

O que pensamos sobre políticos acusados de corrupção? E sobre fiscais, policiais, servidores públicos, ou qualquer pessoa que cai na tentação de ser desonesto para ganhar um dinheiro extra?

O sentimento que a maioria das pessoas têm é de raiva e ódio. Mas será que esse ódio ajuda a corrigir a situação? Será que o ódio ajuda os corruptos a serem pessoas melhores? Será que o ódio que sentimos faz bem para nós mesmos? Certamente que não.

Então o que fazer quando lemos ou ouvimos notícias de corrupção, ou nos deparamos com alguém desonesto em nosso dia-a-dia?

Podemos seguir o exemplo de Jesus.
Certa vez, enquanto caminhava pela cidade de Jericó, ele se deparou com um coletor de impostos chamado Zaqueu. Este era conhecido na localidade por cobrar impostos maiores do que deveria e embolsar para si o excedente. Todos o odiavam. Porém, o ódio de toda a população de Jericó não ajudou Zaqueu a se corrigir. Mas, quando ele subiu em uma árvore para ver Jesus passar, algo diferente aconteceu.


Ele foi tratado com amor. Não com amor humano, que condescende com o erro, mas com amor divino, que separa o erro da pessoa. Esse amor divino condena a desonestidade, mas consegue ver um filho de Deus por trás da aparência de um homem desonesto, e ama a esse filho de Deus.

Jesus não tratou Zaqueu com ódio, nem lhe deu uma bronca, nem o ameaçou. Jesus pediu para se hospedar na casa de Zaqueu. Este ficou muitíssimo honrado de hospedar um profeta de Deus. E quando Zaqueu recebeu Jesus em sua casa, ele ficou tão tocado pelo amor do Cristo, que resolveu corrigir suas atitudes e ser um homem melhor e mais honesto.

Mary Baker Eddy escreve em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O amor divino corrige e governa o homem” (p.6). Não é o ódio humano que corrige e governa o homem, mas sim o amor divino.

No mesmo livro também lemos que Cristo é “a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332). Jesus era o mensageiro, Cristo é a mensagem. E Zaqueu recebeu o Cristo em sua casa, ou seja, recebeu essa mensagem de Deus em sua consciência. O que dizia essa mensagem? Ela revelava a natureza divina do homem. Zaqueu percebeu que a desonestidade não fazia parte de seu ser genuíno, o ser que Deus criou, pois Deus é a Verdade, e o filho da Verdade é naturalmente verdadeiro e honesto. Zaqueu sentiu que a verdade e o amor faziam parte de seu ser, portanto ele não poderia agir de maneira contrária à sua natureza divina.

Com certeza o olhar puro e amoroso de Jesus ajudou Zaqueu a ver a si mesmo de uma maneira nova, e trouxe a cura. “Jesus reconhecia na Ciência o homem perfeito, que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (Ciência e Saúde, p.476/477). A atitude de Jesus para com Zaqueu é um exemplo valioso para todos nós.

Então, como vamos pensar a respeito de pessoas que agiram desonestamente?

Se estivermos imbuídos do amor divino, que separa o erro da pessoa e que enxerga o filho perfeito de Deus por trás das aparências mortais, nossos pensamentos e ações com certeza vão influenciar para a cura da situação.

12 de agosto de 2014

Buscamos o Amor mas já estamos no Amor

Certa ocasião, ao tomar um ônibus, por inspiração comecei a pensar em paz. Parecia uma mensagem angelical, como que me preparando para algum acontecimento. Fiquei pensando na presença de Deus que traz a paz. 

O ônibus estava cheio e fiquei em pé, um pouco atrás do assento reservado às pessoas idosas. Num determinado ponto, subiu lentamente uma senhora idosa e um rapaz, todo apressado, tentou ultrapassá-la e, com raiva, xingou a idosa com palavras muito agressivas.


Por um momento eu fui tomado de revolta contra o rapaz, mas veio-me ao pensamento uma ideia em que vinha pensando pouco antes: “Eu estou no Amor e na paz de Deus, já vim com Deus estou com Deus e vou com Deus” e, vendo que o rapaz ameaçava agredir aquela senhora, eu acrescentei, em meus pensamentos: “Essa verdade é para mim e para todos neste ônibus”.  Lembrei-me da onipresença de Deus, que é Amor, e pensei: “Eu já estou, e todos aqui também já estão, na paz absoluta, e a agressão não tem realidade porque o Amor nos envolve por completo”

Como o rapaz continuava com sua atitude agressiva, eu dei dois passos à frente e fiquei quase do lado dela, pensando em segurar a mão dele caso a levantasse. Como sei artes marciais, veio-me a tentação de que eu poderia dar-lhe um golpe muito forte e deixa-lo desacordado. Lembrei-me, porém, de uma passagem do livro Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, na página 392: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente.” Em outros tempos, antes de eu estudar a Ciência Cristã, eu não teria tido nenhuma paciência e iria querer assumir o papel de herói, mas agora o título de uma Lição Bíblica, me veio ao pensamento: “Deus a causa única e o único Criador” e fui reafirmando: “Se Deus e causa única é também efeito único e seu efeito é somente o bem em todo o universo e em todos nós que somos filhos dEle, portanto só existe um único Remetente de mensagens mentais e nós como destinatários só recebemos mensagens de paz.”

Imediatamente me acalmei. Respirei fundo e dei mais um passo para perto da senhora. O rapaz pareceu ter ficado assustado, desceu depressa do ônibus e tudo se acalmou. A senhora sorriu para mim e eu fui agradecendo muito a Deus, pois percebi que se tivesse cedido à raiva e tentado intervir fisicamente poderia ter provocado uma desarmonia muito maior. Senti como se eu tivesse conseguido andar sobre as águas agitadas de um mar revolto.

Eu oro diariamente com a Oração do Senhor, que Jesus ensinou, e a experiência que relatei acima ilustra algo que, nessa oração, me havia chamado a atenção pouco tempo antes. Tem a ver com a última frase da oração: “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.” (Mateus 6: 13) Nessa frase, eu entendi que esse “sempre” inclui o agora e todo momento de nossa existência, pois Deus é infinito, jamais termina, e Ele é ação constante e ininterrupta. As três qualidades eternas e infinitas de Deus são: a onipotência (único poder), a onipresença (única presença) e a onisciência (única consciência e ciência) e, de certa forma, para mim, elas correspondem ao que diz a última frase da Oração do Senhor: “Pois teu é o reino, o poder e a glória [o poder, a presença e a sabedoria]”. Foram essas características divinas que ficaram demonstradas na pacificação dentro do ônibus.

Sendo que Deus é Amor onipresente, todos nós já vivemos no Amor, sempre procuramos o amor mas já estamos no Amor. Podemos pensar: já estou no Amor e me mantenho no Amor e busco manifestar esse Amor onde já estou. Em qualquer lugar e com quem quer que seja, sempre somos supridos de ideias do Amor que se refletem humanamente em amor.


5 de agosto de 2014

O homem é sujeito a Deus, e a nada mais


Esta manhã eu li o seguinte trecho do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: “O homem deve obediência a Deus, o Espírito, e a nada mais” (p.481).

Conhecendo o original em inglês, sei que este trecho poderia ser traduzido de mais duas formas: “O homem está sob o controle de Deus, o Espírito, e de nada mais” ou “O homem é sujeito a Deus, o Espírito, e a nada mais”.

Assim, percebi que este trecho pode ser desdobrado em diversas orações de negação do erro e afirmação da Verdade para nós e para toda a humanidade. Eis alguns exemplos:

Eu não devo obediência ao corpo material, com suas vontades e caprichos. Eu só devo obediência a Deus, o Espírito, e a nada mais.

Eu não devo obediência às supostas leis materiais. Eu só devo obediência a Deus, o Princípio, e às Suas leis divinas de saúde, santidade, suprimento, harmonia, liberdade e imortalidade.

Eu não sou sujeito ao tempo (ao envelhecimento ou ao declínio). Eu só sou sujeito à Vida eterna, incorpórea, incansável, inesgotável, infinita.

Eu não estou sujeito ao clima (frio, calor, chuvas, ar seco, etc.). Eu só estou sujeito à atmosfera salutar do Amor divino que enche todo o espaço. Eu só estou sujeito à atmosfera mental saudável proporcionada pela Mente divina e Seus pensamentos.

Eu não sou sujeito ao desânimo. Eu sou sujeito a Deus, a Alma, que me anima a todo momento.

Eu não sou sujeito ao medo. Eu só sou sujeito a Deus, o perfeito Amor, que lança fora o medo. Esse Pai-Mãe sempre presente me conforta e me encoraja a todo instante.

Eu não estou sob o controle de hormônios. Eu estou sob o controle carinhoso do Espírito, que me liberta da crença de que hormônios tenham influência sobre mim.

Eu não estou sujeito a pessoas. Eu só sou sujeito a Deus.
No trabalho, eu não estou sujeito a meu chefe humano, eu só estou sujeito a Deus, o Chefe supremo de todos. Todos estamos sob o controle dEle.
Em nosso país, não estamos sujeitos a governantes humanos. Nós só estamos sob o controle de Deus, o Governador supremo, que governa a todos com perfeita sabedoria, amor e justiça.

Eu não estou sujeito a acidentes. Eu só estou sujeito à direção infalível de Deus.

Eu não estou sujeito à desonestidade. Eu só sou sujeito à Verdade e à perfeita honestidade e integridade que Ela manifesta em todos os Seus filhos.

Eu não sou sujeito ao erro. Eu só sou sujeito à Verdade que destrói o erro.

Eu não estou sujeito ao ódio, nem à violência psicológica ou física. Eu só sou sujeito ao Amor divino, que me envolve e me protege como uma armadura impenetrável.

Eu não estou sob o controle da minha própria mente humana, com suas aparentes limitações, crenças e defeitos. Eu só estou sob o controle da Mente divina, que me corrige e me governa, que me inspira o caminho, que, na hora certa, me revela tudo o que eu tenho que saber e fazer.

Eu não sou sujeito a crenças coletivas, nem ao que os outros pensam a meu respeito. Eu só sou sujeito ao que a Mente divina pensa e sabe a meu respeito.

Eu não estou sujeito à influência de outras pessoas, da mídia ou da cultura. Eu só estou sujeito à “influencia divina, sempre presente na consciência humana” (Ciência e Saúde, p.xi). Eu só estou sujeito à Mente divina e a Suas ideias boas, puras, verdadeiras e poderosas, que ocupam todo o meu pensamento a todo momento.

Eu não sou sujeito ao contágio. Eu só sou sujeito à saúde contagiante de Deus. Eu só estou sujeito às ideias saudáveis e salutares que vêm de Deus para mim e para todos.

Eu não estou sujeito a doenças. Eu só estou sujeito a perfeita saúde que é uma qualidade poderosa de Deus, e que é refletida por mim e por todos.

Eu não sou sujeito ao pecado. Nem ao meu pecado, nem ao dos outros. Eu só sou sujeito a Deus e à Sua santidade que é manifestada por todos os Seus filhos.

Eu não sou sujeito à morte. Eu só sou sujeito à Vida que é Deus, imortal, eterna, indestrutível, infinita.

Eu não estou sujeito à falta ou à carência. Eu só estou sujeito ao Amor divino, que sempre satisfaz a toda necessidade humana.

Eu não estou sujeito ao mal, sob nenhum disfarce. Eu sou sujeito a Deus, o bem onipresente, onisciente, onipotente... e a nada mais.

Fiquei maravilhado ao perceber como esse simples trecho de Ciência e Saúde pode ser desdobrado de diversas maneiras e transformado em uma oração prática e completa, que nos abençoa muito.