As pessoas
geralmente têm a tendência de olhar para o passado para tirar conclusões sobre
elas mesmas. Por exemplo, é comum ouvirmos um estudante falar “eu não sou bom
em matemática.” De onde ele tirou essa conclusão? Do passado. Ele teve
dificuldade em aprender essa matéria e tirou notas baixas, logo concluiu que
não é bom em matemática, e essa conclusão passa a limitar seu presente e seu
futuro.
Referindo-se a um
problema de saúde ou de comportamento, é comum ouvirmos alguém dizer “eu sempre
tive esse problema”. Nessa afirmação está implícita a conclusão: “por isso, acho
que sempre terei esse problema”. Só porque o problema fez parte de seu passado,
as pessoas erroneamente concluem que o problema fará parte de seu futuro. Será
que está certo pensar assim?
Será que a
história material define quem eu sou? Será que meus pensamentos e ações do
passado, os erros e acertos que fiz, definem quem eu sou hoje? De onde eu devo
tirar conclusões a meu respeito, do passado, ou da verdade espiritual?
Mary Baker Eddy,
que foi uma grande pensadora e reformadora religiosa, tocou nesse assunto
quando escreveu estas palavras: “A verdadeira teoria sobre o universo, que
inclui o homem, não está na história material, mas no desdobramento espiritual”
(Ciência e Saúde com a Chave das
Escrituras, p.547).
A ideia de
“desdobramento espiritual” também pode ser traduzida como “desenvolvimento
espiritual”. Ou seja, devo pensar menos na minha história material, e mais no
meu desenvolvimento espiritual. Posso ter cometido erros,
mas não vou me limitar por eles, nem deixar que eles me assombrem. Vou focar no
que aprendi com eles. Vou agradecer pelo progresso espiritual, por cada lição
que aprendi na minha trajetória.
Também aprendi
que não devo elaborar teorias a meu respeito com base em minha história
material, mas sim no desdobramento espiritual do bem em minha vida. Em vez
pensar “eu tenho esse defeito porque sempre o tive” aprendi a pensar “eu não
posso ter esse defeito porque Deus não tem esse defeito, e eu sou a imagem e
semelhança de Deus”. Em vez de olhar para o passado para aprender quem eu sou,
passei a olhar para Deus, que é a verdadeira fonte de meu ser. Deus define quem
eu sou. Deus é perfeito e me criou com perfeição. Ele nunca me deu o mal. Ele é
totalmente bom, e só me dá o bem. Deus nunca me deu defeitos. Ele só me dá
qualidades. Todas as qualidades de Deus são sempre refletidas por mim e por
todos. Inteligência, sabedoria, saúde, santidade, vitalidade, pureza, harmonia,
alegria... são qualidades que Deus me deu e nada pode tirar.
Anos atrás, eu queria
muito arrumar uma namorada, mas não conseguia. Conheci várias garotas em
diferentes ocasiões, mas parecia que nenhuma delas se interessava por mim. Eu
não sabia o porquê disso e ficava desolado. Então percebi que, ao conhecer uma
garota, eu sempre contava a história triste de meus desejos e aspirações profissionais que eu não tinha conseguido realizar. Alguns projetos mal sucedidos
no passado me atormentavam e me faziam ter uma baixa autoestima. Sem querer, eu
passava a imagem de um homem fracassado. Mais tarde, percebi que eu estava dando
um falso testemunho sobre mim mesmo, com base em minha história material e não
em fatos espirituais.
Uma passagem de Ciência e Saúde me chamou a atenção:
“Todas as formas do erro sustentam as falsas conclusões de que haja mais de uma
Vida, de que a história material seja tão real e tão viva como a história
espiritual” (p.204). Pensando neste trecho, veio-me a pergunta: Será que existe
uma história espiritual, que possa contradizer e anular a história material?
Como posso descobrir minha história espiritual?
Tempos depois, eu
conheci uma garota legal e nós marcamos um encontro para dali há alguns dias. Quando
a data do encontro se aproximava, o medo aumentava. O passado me assombrava,
fazendo-me acreditar que ia se repetir. Será que aquela menina ia se interessar
por mim? Será que ela me rejeitaria, como fizeram as outras antes dela? O que
eu podia fazer para o passado não se repetir?
Um pouco antes do
encontro, eu comecei a orar. Me voltei a Deus com todo o coração, abrindo meu
pensamento para as mensagens angelicais que vinham de Deus pra mim. Veio-me a
ideia de olhar meu passado com olhos espirituais, com os olhos de Deus. Qual é
meu verdadeiro passado? Ou seja, o que Deus sabe sobre mim e sobre meu passado?
Enquanto
caminhava pela calçada, indo me encontrar com a garota, veio-me claramente ao
pensamento que meu verdadeiro passado é que eu sempre fui um filho perfeito de
Deus, sempre manifestei a Sua imagem e semelhança, sempre pensei e agi
corretamente, sempre estive no lugar certo na hora certa, pois sempre fui
guiado pela direção infalível de Deus. Eu nunca estive separado de Deus,
pensando e agindo sozinho e cometendo erros. Eu sempre fui unido a Deus, sempre
fui governado por Ele, sempre manifestei todas as qualidades divinas que Deus me
deu. Esse é meu verdadeiro passado. Eu nunca tinha sido um mortal fracassado e
rejeitado. Eu sou e sempre fui um filho de Deus bem sucedido e muito amado. Essas
ideias me revelaram uma maneira nova de pensar sobre mim mesmo.
Embalado por essa
inspiração, o medo se dissipou, e eu me portei com segurança e confiança no
encontro com a garota. Eu estava manifestando meu verdadeiro ser, repleto de
qualidades divinas. Nem conversei sobre coisas ruins do passado. Só falei sobre
coisas boas. E fiquei feliz de perceber que a garota gostou de mim como eu
gostei dela. Em pouco tempo, começamos a namorar.
Essa experiência
me revelou a importância de não nos identificarmos nem nos assustarmos com a
falsa história material, mas sim ter em mente nossa história espiritual, que é nossa
única história verdadeira.
5 comentários:
Muito bonita essa narativa, relembrou-me de trechos que não lia com frequencia, muito significativas. Grato pela postagem.
Tambem estou muito grata pela postagem,e como gosto delas,me inspiram muito e espero q continues sempre nos brindando esse "conforto" com elas!
Sempre atual! Grata!!!
Falei exatamente sobre esse tema ontem para um amigo meu!! O que aconteceu no passado não nos define, foi só uma estória. É que nem qdo a gente é ator, interpretamos, vivenciamos o papel e a cena. Mas não somos necessariamente aquele papel, e muito menos o que aconteceu na cena é quem somos.
Curti seu artigo !!
Sol
Muito importante a sua colocação. Quantas vezes nos voltamos ao passado ou para nos recriminar, ou para recriminar outros com suas atitudes. Esquecer, e olhar para nosso ser verdadeiro e sempre existente, não é? Obrigada sempre por suas várias ajudas
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