28 de setembro de 2016

Sensualismo, um visitante

No ano passado, uma aluna da Escola Dominical sugeriu que falássemos sobre o casamento gay, homossexualidade e todas essas mudanças que vêm acontecendo na sociedade. Concordei, e como na Ciência Cristã sempre procuramos começar com Deus e Sua ideia, abrimos a Bíblia no primeiro capítulo de Gênesis, onde está descrita a criação espiritual de Deus. Lá lemos que "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou." (Gênesis 1:27). Concordamos que esse 'homem' e essa 'mulher' da criação espiritual não têm corpos materiais, pois são a 'imagem de Deus'. Da mesma forma, concordamos que a benção "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra..." não se refere à procriação material, mas sim a um desdobramento de ideias, ou seja, não depende de relações sexuais para a geração de novos homens e mulheres.


Já no segundo capítulo de Gênesis, lemos a descrição da criação material, onde o homem é formado do pó da terra e a mulher, de uma costela deste homem. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, lemos que "Esse segundo relato indubitavelmente conta a história do erro nas suas formas exteriorizadas, chamadas vida e inteligência na matéria. Esse relato é o registro do panteísmo, oposto à supremacia do Espirito divino; contudo, nele está declarado que esse estado de coisas é temporário e que esse homem é mortal – pó que torna ao pó. "(522: 12)

E, de fato, ao lermos no versículo 7, que logo após Adão e Eva terem seguido a sugestão da serpente, "abriram-se, então, os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si", isto nos pareceu uma descrição simples do sensualismo como a crença de que certas partes do corpo têm mais importância do que outras, ou seja, o poder de provocar atração ou repulsa.

A biologia pode explicar o sensualismo como uma lei da natureza, como o instinto de preservação da espécie, e descrever a atração sexual como regida por hormônios. A psicologia pode explicar orientação sexual como uma construção da personalidade humana, onde masculino e feminino são padrões sociais em que alguns se encaixam com mais facilidade do que outros. Mas, o que fazer com o desejo sexual? Como lidar com essa atração na vida prática?

Examinamos um exemplo bíblico: Davi, quando já era rei de Israel e tinha várias esposas, viu uma mulher tomando banho. Era Bate Seba, uma mulher muito bela e Davi logo sentiu atração por ela. Mesmo depois de saber que era casada, ele ordenou a seus servos que a trouxessem ao palácio. Eles obedeceram e o desejo de Davi foi satisfeito. Porém esse fato logo se tornaria público porque Bate Seba engravidou e seu marido estava fora, na guerra.

"Bate Seba" - Pintura de Jean-Leon Gerome (1889)

Davi mandou chamar Urias, o marido dela, para que passasse uma noite com ela e, assim, encobrisse o adultério. Mas Urias, por lealdade a seus companheiros, não aceitou esse privilégio. Então Davi deu ordem a seu general que colocasse Urias na frente de batalha, no lugar mais perigoso, para que morresse. E assim foi feito. Depois de viúva, Bate Seba casou-se com Davi e teve o filho. Aparentemente o problema estava resolvido.

Mas o profeta Natan veio a Davi contando uma história de um homem que, embora fosse rico e dono de muitos rebanhos, não quis se utilizar de seu gado para atender a um viajante que o visitava, e assim tomou a única cordeira de um homem pobre. Davi condenou a atitude egoísta e abusiva daquele homem. Então foi alertado pelo profeta: “Tu és o homem” (2 Samuel 12:7). Davi compreendeu a comparação, caiu em si e se arrependeu.


Gosto da analogia que o profeta fez, comparando o desejo sexual com um 'viajante'. De fato, este aspecto humano não faz parte do homem real e espiritual, criado por Deus, portanto não pode ser eterno. Humanamente convivemos com esse 'viajante', como com tantas outras necessidades materiais, alimento, vestuário, abrigo, transporte, etc. Mas se buscarmos "em primeiro lugar o seu reino e sua justiça" (Mateus 6:33) isto é, reconhecemos que os filhos de Deus já são completos e se relacionam diretamente com Deus, as necessidades humanas serão supridas harmoniosamente.

Se para atender ao desejo, seja pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo, alguém agir por impulso poderá incorrer no erro de Davi e demonstrar egoísmo, falsidade, covardia, e prejudicar muito ao próximo. Mas se agir com prudência e ponderação, poderá construir relacionamentos baseados no respeito, em que qualidades como fidelidade, lealdade, honestidade, confiança e companheirismo serão demonstradas, contribuindo para o crescimento espiritual e a felicidade que disso decorre. 

Neste aspecto, o capítulo "Matrimônio", de Ciência e Saúde, é uma fonte de orientação confiável, pois apresenta conceitos espirituais e sua aplicação na convivência em família. "Até discernirmos que a criação espiritual está intacta, até que ela seja percebida e compreendida, e até que o reino de Deus tenha vindo como na visão do Apocalipse – em que o sentido corpóreo da criação foi expulso e seu senso espiritual foi visto como uma revelação vinda do céu – o matrimônio continuará a existir, sujeito a regulamentos morais que assegurem virtude cada vez maior. " (56:7).

(Este artigo foi escrito por Cecília Terrana, do Rio de Janeiro, Brasil.)

5 comentários:

Jackson Guterres disse...

Muito bom! Parabéns!! 👏👏

Jackson Guterres disse...

Muito bom! Parabéns!! 👏👏

Ramona Esther Nunez disse...

Maravilloso!!!

Karina Carvalho disse...

Gostaria de saber quanto a Transexualidade?

Anônimo disse...

Qual a posição da Igreja Mãe sobre isso? Ela concordaria em publicar esse artigo nO Arauto (sem alterações?)