22 de fevereiro de 2017

de Deus receber e dar


“Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8). A frase “de graça recebestes, de graça dai” pode ter três significados diferentes.

O primeiro é o mais óbvio: de graça, ou seja, sem pagar nada, você recebeu sua compreensão espiritual da Verdade e do Amor que curam, portanto dai aos outros esta mesma compreensão sanadora, sem cobrar nada.


O segundo significado vem do trecho em inglês: "Freely ye have received, freely give", “livremente recebestes, livremente dai”. Ou seja, livremente (sem limitações) recebemos de Deus tudo o que temos, portanto podemos dar livremente essa riqueza espiritual aos outros, dar nossa compreensão espiritual e nosso amor a todos, sem nos limitar.


O terceiro significado vem do original grego: “da graça recebestes, da graça dai”. Ou seja, da graça divina recebestes, da graça divina dai. Da fonte divina recebemos, da mesma fonte divina nós damos. O amor e o bem que damos aos outros não vêm de nós, vêm de Deus. Recebemos de Deus tudo o que temos, portanto dessa mesma fonte inesgotável nós damos aos outros. Com essa compreensão espiritual nós podemos fazer o bem sem nos prejudicar ou nos limitar. 


Tiramos o nosso ego do centro e colocamos o único verdadeiro Ego, o EU SOU, no centro de nossos pensamentos e de nossas ações. Deus é quem faz o bem para nós e através de nós. Quando achamos que nós somos a fonte do bem que fazemos, às vezes nos sentimos sugados pelas pessoas que nos pedem ajuda, ou cansados por tentar fazer bem sozinhos. Também é frequente nos sentirmos limitados em nossa capacidade de fazer o bem, ou frustrados por não conseguir fazer o bem que desejamos.

Mas se reconhecemos que Deus é quem faz o bem, seja através de nós ou através dos outros, isso nos liberta de um falso senso de responsabilidade, de ter que fazer o bem sozinhos, sem a ajuda do Pai.

Deus é o único Doador, o único que dá o bem a todos. Quando compreendemos isso, nos sentimos livres para receber e para dar o bem divino, sem limitações.


16 de fevereiro de 2017

O exterminador do erro


Eu gosto muito do filme “O Exterminador do Futuro”, com Arnold Schwarzenegger. No filme, o exterminador é forte, eficiente e nunca desiste até cumprir sua missão. De maneira similar, a Ciência Cristã revela que existe um “exterminador do erro”, que também é implacável, poderoso e extremamente eficiente em destruir o erro, independente do disfarce com que este se apresente.

Sabemos que o erro não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas é simplesmente uma crença em um poder separado de Deus, que tenha capacidade de nos prejudicar. O exterminador do erro também não é uma pessoa, nem é uma máquina ou um robô vindo do futuro. Como o erro é só uma crença, o que pode ser mais eficiente para destruir uma crença? Ora, a verdade. Quando compreendemos a verdade, deixamos de acreditar no erro.

O livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, revela que “O exterminador do erro é a grandiosa verdade de que Deus, o bem, é a Mente única e de que o oposto hipotético da Mente infinita — chamado diabo, ou o mal — não é a Mente, não é a Verdade, mas é um erro, sem inteligência nem realidade” (p. 469).

Podemos orar com este trecho para vencer crenças específicas, como o ódio e a corrupção. A grandiosa verdade de que Deus, o Amor, é a Mente única extermina o erro de que haja mentes que odeiam. O ódio é irreal, pois Deus, o Amor, é Mente única.

A grandiosa realidade de que Deus, a Verdade, é a Mente única extermina o erro de que haja mentes corruptas ou desonestas. Essa verdade também extermina o erro de que haja pessoas burras e desatentas, que se deixem enganar. Todos os filhos de Deus refletem a Mente única e expressam inteligência, sabedoria, honestidade e integridade. Nenhum filho de Deus engana ou é enganado.

O fato espiritual de que Deus é a Mente única extermina todo tipo de erro: a preguiça, a apatia, os vícios, o egoísmo, a intolerância, a ineficiência, o medo, etc. Se a Mente não tem preguiça (porque Deus é Oni-ação), eu, que sou a manifestação da Mente, também não sinto preguiça. Se a Mente não tem medo (pois perfeito Amor lança fora o medo), eu também não sinto medo.

O exterminador do erro também extermina a doença. A Ciência Cristã revela que a doença não é uma verdade, mas simplesmente uma crença. E quem acredita na crença? A mente mortal, ou seja, a crença em uma mente separada de Deus. A mente mortal acredita na doença, fica com medo dela e sem querer projeta a doença no próprio corpo, que é uma manifestação exteriorizada da mente mortal. Portanto não haveria doença se não houvesse uma mente mortal pra acreditar, temer e projetar a doença no corpo. E o “exterminador do erro” destrói a crença em uma mente mortal, pois ele revela “a grandiosa verdade de que Deus, o bem, é a Mente única  e de que o oposto hipotético da Mente infinita” — a chamada mente mortal — “não é a Mente, não é a Verdade, mas é um erro, sem inteligência nem realidade”.

A partir de agora, então, vamos sempre nos lembrar do “exterminador do erro”, e saber que ele extermina o pecado, a doença e a morte, e nos ajuda a desfrutar plenamente da saúde, da santidade e da imortalidade que são inatas a todos os filhos de Deus.

3 de fevereiro de 2017

A Igualdade Espiritual

A desigualdade social parece ser um dos principais problemas mundiais. Poucas pessoas detêm muitas riquezas materiais, enquanto grande parte da população é considerada pobre ou miserável.

O que será que Deus pensa de tudo isso? Será que Ele aprova essa injustiça de que alguns de Seus filhos tenham muito e outros tenham pouco ou nada? Será que Ele ama mais alguns do que outros?

Certamente que não. Deus é Amor, e Ele ama infinitamente e igualmente a cada um de Seus filhos.


Então como parece haver tanta desigualdade?

O problema está no conceito equivocado que as pessoas têm sobre o bem. O que é o bem? As pessoas acham que a matéria é o bem. Acham que dinheiro, casa, carro, celular, roupas e outras posses materiais sejam o bem. Partindo desse ponto de vista parece que realmente o mundo é muito injusto, pois algumas pessoas têm muito mais posses materiais do que outras. Mas qual é o conceito espiritual do bem?

Vamos começar compreendendo o que não é o bem. Um trecho do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, mostra que “o mal não é pessoa, nem lugar, nem coisa” (p. 71). Eu penso que o reverso também é verdadeiro: “o bem não é pessoa, nem lugar, nem coisa”. O bem não é pessoa: não é um cônjuge, um namorado, filhos, família, amigos. Se o fosse, algumas pessoas teriam o bem, e outras não. As pessoas que amamos refletem o bem, que é Deus, mas não são o bem. O bem não é lugar: não é um quarto, uma casa, uma escola, uma empresa, um bairro, um cidade, um país. Se o fosse, o bem seria limitado, pois algumas pessoas têm acesso a tais lugares e outras não. E o bem não é coisa: não é dinheiro, nem é algo material, que uns têm e outros não têm.


O Glossário do livro Ciência e Saúde revela o conceito espiritual e absoluto do que é o bem: “O BEM. Deus; o Espírito; a onipotência; a onisciência; a onipresença; a oni-ação”(p. 587). Isso é muito diferente do conceito material de bem, não é mesmo? Vamos pensar melhor nessa definição. Pra começar, o bem é Deus, ou seja, não é uma pessoa que uns têm e outros não. O bem é Deus, que todos têm, pois Deus é o Pai-Mãe de todos. Portanto ninguém tem mais bem do que ninguém, pois Deus é igual pra todos, e ninguém jamais pode perder o bem verdadeiro, pois ninguém jamais pode perder a Deus, que é onipresente, infinito e eterno.

O segundo termo que define o bem é “o Espírito”. Ou seja, o bem é o oposto da matéria. O verdadeiro bem é exatamente o oposto do que as pessoas acham que o bem é. Elas acham que o bem é dinheiro ou posses materiais, que alguns têm, outros não, que hoje temos, amanhã não, que pode nos ser tirado ou roubado. Mas o fato é que todos têm o Espírito, sempre teremos o Espírito e ninguém pode nos tirar o Espírito, que é Deus.

Outro conceito importante de se compreender é o conceito de substância. Em inglês, a palavra “substance” inclui o conceito de patrimônio. Na Bíblia em inglês, por exemplo, o trecho de Jó 1:3 diz que “a substância” de Jó “eram sete mil ovelhas, três mil camelos...”  E a Ciência Cristã revela que Deus “é a única substância verdadeira” (Ciência e Saúde, p. 468). Ou seja, Deus é o único patrimônio verdadeiro que cada um de nós tem. E que patrimônio maravilhoso é esse!


Vamos pensar em tudo o que Deus é, e saber que tudo isso é nosso:
Deus é a Mente, a inteligência e a sabedoria perfeitas e inesgotáveis, a fonte infinita de todas as ideias que precisamos. Deus é o Espírito, que nos inspira e nos move. Deus é a Alma, que nos anima e é nossa essência, a fonte de nossa identidade. Deus é o Princípio, que se expressa em equilíbrio, disciplina, ordem, domínio. Deus é a Vida, que nos dá saúde e vitalidade imortais. Deus é a Verdade, que destrói o erro e que se manifesta em honestidade e integridade. Deus é o Amor, que nos ama ternamente e cuida de nós. Que destrói o ódio, expulsa o medo e que se reflete em bondade e amorosidade. Deus é tudo isso e muito mais! E Deus é nossa substância, o nosso verdadeiro patrimônio.

Nada nem ninguém pode nos privar da Mente, nos roubar o Espírito, matar a Vida ou nos afastar do Amor onipresente. Portanto toda a humanidade partilha do mesmo patrimônio infinito, que é igualmente acessível a todos. Deus é Tudo. Portanto, ninguém tem mais do que ninguém, pois todos têm a Deus, todos têm Tudo.

Uma outra questão que parece ser uma das raízes da desigualdade social é o acesso à educação. Alguns podem frequentar escolas privadas e outros somente escolas públicas, recebendo níveis desiguais de educação. Mas podemos reverter isso com a compreensão de que “serão todos ensinados por Deus” (João 6:45). Todos, não somente alguns, são ensinados por Deus, não por professores melhores ou piores, mas por Deus, que é o melhor Professor do mundo.

Também parece que algumas crianças têm pais melhores, que os educam corretamente, e outras têm pais negligentes. Mas podemos reconhecer que Deus é o Pai-Mãe de todos, um Pai e Mãe presente, ou melhor, onipresente, que educa devidamente todos os Seus filhos, pois “a intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua ideia, o homem” (Ciência e Saúde, p. 284). Deus é o verdadeiro Educador. Portanto, todos temos acesso à mesma educação de perfeita qualidade.


Outra face evidente da desigualdade social é o acesso a moradia. Uns moram em mansões e outros debaixo da ponte. Parece muito injusto, não é mesmo? Mas isso também se deve ao nosso conceito errado de moradia. Jesus disse: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mateus 8:20). Hoje, Jesus seria considerado um sem-teto. No entanto, ele também é considerado o homem mais rico que já pisou este planeta. Ele não tinha uma casa, mas ele tinha um lar. Ele sabia que “o Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos” (Deuteronômio 33:27). Ele habitava “no esconderijo do Altíssimo”, “à sombra do Onipotente” (Salmo 91:1), “na Casa do Senhor” (Salmo 23), ou seja, ”[a consciência] do [Amor] para todo o sempre” (Ciência e Saúde, p. 578). E Jesus declarou que “na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14:2), ou seja, nessa consciência mais elevada de lar tem lugar pra todos! Ninguém é sem-teto no Reino de Deus. Ninguém é excluído. Todos vivem em uma morada maravilhosa na consciência do Amor!

Partindo desse ponto de vista mais espiritualizado, concluímos que Deus é perfeitamente justo com todos os Seus filhos, e os ama e os abençoa infinitamente e igualmente. Aos olhos de Deus, Bill Gates, que hoje é considerado o homem mais rico do mundo, e o morador de rua ali da esquina, ambos têm exatamente o mesmo patrimônio espiritual, a mesma substância. Portanto, no Reino de Deus (que é simplesmente um estado de consciência espiritual mais elevado) não existe escassez nem desigualdade social, só existe abundância e igualdade espiritual.

Compreender isso não significa que devemos parar de lutar por mais igualdade social. Pelo contrário, orando com essas ideias, nós estamos apoiando metafisicamente o esforço de todos no sentido de diminuir as desigualdades no mundo.  

Em vez de ficar chocados com o falso testemunho dos sentidos materiais, que mostra tanta desigualdade, vamos orar e nos conscientizar de nosso patrimônio verdadeiro, vamos nos regozijar em Deus e desfrutar de toda a riqueza espiritual que é nossa e de todos.