3 de fevereiro de 2017

A Igualdade Espiritual

A desigualdade social parece ser um dos principais problemas mundiais. Poucas pessoas detêm muitas riquezas materiais, enquanto grande parte da população é considerada pobre ou miserável.

O que será que Deus pensa de tudo isso? Será que Ele aprova essa injustiça de que alguns de Seus filhos tenham muito e outros tenham pouco ou nada? Será que Ele ama mais alguns do que outros?

Certamente que não. Deus é Amor, e Ele ama infinitamente e igualmente a cada um de Seus filhos.


Então como parece haver tanta desigualdade?

O problema está no conceito equivocado que as pessoas têm sobre o bem. O que é o bem? As pessoas acham que a matéria é o bem. Acham que dinheiro, casa, carro, celular, roupas e outras posses materiais sejam o bem. Partindo desse ponto de vista parece que realmente o mundo é muito injusto, pois algumas pessoas têm muito mais posses materiais do que outras. Mas qual é o conceito espiritual do bem?

Vamos começar compreendendo o que não é o bem. Um trecho do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, mostra que “o mal não é pessoa, nem lugar, nem coisa” (p. 71). Eu penso que o reverso também é verdadeiro: “o bem não é pessoa, nem lugar, nem coisa”. O bem não é pessoa: não é um cônjuge, um namorado, filhos, família, amigos. Se o fosse, algumas pessoas teriam o bem, e outras não. As pessoas que amamos refletem o bem, que é Deus, mas não são o bem. O bem não é lugar: não é um quarto, uma casa, uma escola, uma empresa, um bairro, um cidade, um país. Se o fosse, o bem seria limitado, pois algumas pessoas têm acesso a tais lugares e outras não. E o bem não é coisa: não é dinheiro, nem é algo material, que uns têm e outros não têm.


O Glossário do livro Ciência e Saúde revela o conceito espiritual e absoluto do que é o bem: “O BEM. Deus; o Espírito; a onipotência; a onisciência; a onipresença; a oni-ação”(p. 587). Isso é muito diferente do conceito material de bem, não é mesmo? Vamos pensar melhor nessa definição. Pra começar, o bem é Deus, ou seja, não é uma pessoa que uns têm e outros não. O bem é Deus, que todos têm, pois Deus é o Pai-Mãe de todos. Portanto ninguém tem mais bem do que ninguém, pois Deus é igual pra todos, e ninguém jamais pode perder o bem verdadeiro, pois ninguém jamais pode perder a Deus, que é onipresente, infinito e eterno.

O segundo termo que define o bem é “o Espírito”. Ou seja, o bem é o oposto da matéria. O verdadeiro bem é exatamente o oposto do que as pessoas acham que o bem é. Elas acham que o bem é dinheiro ou posses materiais, que alguns têm, outros não, que hoje temos, amanhã não, que pode nos ser tirado ou roubado. Mas o fato é que todos têm o Espírito, sempre teremos o Espírito e ninguém pode nos tirar o Espírito, que é Deus.

Outro conceito importante de se compreender é o conceito de substância. Em inglês, a palavra “substance” inclui o conceito de patrimônio. Na Bíblia em inglês, por exemplo, o trecho de Jó 1:3 diz que “a substância” de Jó “eram sete mil ovelhas, três mil camelos...”  E a Ciência Cristã revela que Deus “é a única substância verdadeira” (Ciência e Saúde, p. 468). Ou seja, Deus é o único patrimônio verdadeiro que cada um de nós tem. E que patrimônio maravilhoso é esse!


Vamos pensar em tudo o que Deus é, e saber que tudo isso é nosso:
Deus é a Mente, a inteligência e a sabedoria perfeitas e inesgotáveis, a fonte infinita de todas as ideias que precisamos. Deus é o Espírito, que nos inspira e nos move. Deus é a Alma, que nos anima e é nossa essência, a fonte de nossa identidade. Deus é o Princípio, que se expressa em equilíbrio, disciplina, ordem, domínio. Deus é a Vida, que nos dá saúde e vitalidade imortais. Deus é a Verdade, que destrói o erro e que se manifesta em honestidade e integridade. Deus é o Amor, que nos ama ternamente e cuida de nós. Que destrói o ódio, expulsa o medo e que se reflete em bondade e amorosidade. Deus é tudo isso e muito mais! E Deus é nossa substância, o nosso verdadeiro patrimônio.

Nada nem ninguém pode nos privar da Mente, nos roubar o Espírito, matar a Vida ou nos afastar do Amor onipresente. Portanto toda a humanidade partilha do mesmo patrimônio infinito, que é igualmente acessível a todos. Deus é Tudo. Portanto, ninguém tem mais do que ninguém, pois todos têm a Deus, todos têm Tudo.

Uma outra questão que parece ser uma das raízes da desigualdade social é o acesso à educação. Alguns podem frequentar escolas privadas e outros somente escolas públicas, recebendo níveis desiguais de educação. Mas podemos reverter isso com a compreensão de que “serão todos ensinados por Deus” (João 6:45). Todos, não somente alguns, são ensinados por Deus, não por professores melhores ou piores, mas por Deus, que é o melhor Professor do mundo.

Também parece que algumas crianças têm pais melhores, que os educam corretamente, e outras têm pais negligentes. Mas podemos reconhecer que Deus é o Pai-Mãe de todos, um Pai e Mãe presente, ou melhor, onipresente, que educa devidamente todos os Seus filhos, pois “a intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua ideia, o homem” (Ciência e Saúde, p. 284). Deus é o verdadeiro Educador. Portanto, todos temos acesso à mesma educação de perfeita qualidade.


Outra face evidente da desigualdade social é o acesso a moradia. Uns moram em mansões e outros debaixo da ponte. Parece muito injusto, não é mesmo? Mas isso também se deve ao nosso conceito errado de moradia. Jesus disse: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mateus 8:20). Hoje, Jesus seria considerado um sem-teto. No entanto, ele também é considerado o homem mais rico que já pisou este planeta. Ele não tinha uma casa, mas ele tinha um lar. Ele sabia que “o Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos” (Deuteronômio 33:27). Ele habitava “no esconderijo do Altíssimo”, “à sombra do Onipotente” (Salmo 91:1), “na Casa do Senhor” (Salmo 23), ou seja, ”[a consciência] do [Amor] para todo o sempre” (Ciência e Saúde, p. 578). E Jesus declarou que “na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14:2), ou seja, nessa consciência mais elevada de lar tem lugar pra todos! Ninguém é sem-teto no Reino de Deus. Ninguém é excluído. Todos vivem em uma morada maravilhosa na consciência do Amor!

Partindo desse ponto de vista mais espiritualizado, concluímos que Deus é perfeitamente justo com todos os Seus filhos, e os ama e os abençoa infinitamente e igualmente. Aos olhos de Deus, Bill Gates, que hoje é considerado o homem mais rico do mundo, e o morador de rua ali da esquina, ambos têm exatamente o mesmo patrimônio espiritual, a mesma substância. Portanto, no Reino de Deus (que é simplesmente um estado de consciência espiritual mais elevado) não existe escassez nem desigualdade social, só existe abundância e igualdade espiritual.

Compreender isso não significa que devemos parar de lutar por mais igualdade social. Pelo contrário, orando com essas ideias, nós estamos apoiando metafisicamente o esforço de todos no sentido de diminuir as desigualdades no mundo.  

Em vez de ficar chocados com o falso testemunho dos sentidos materiais, que mostra tanta desigualdade, vamos orar e nos conscientizar de nosso patrimônio verdadeiro, vamos nos regozijar em Deus e desfrutar de toda a riqueza espiritual que é nossa e de todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa é uma verdade, considerada como a "regra do ouro": desfrutar de toda a riqueza espiritual que é nossa e de todos.
Essa conscientizaçao nos liberta do" cativeiro"da mente mortal.
Obrigada

sidnei disse...

Dificil falar sobre esse texto de tamanho alcance e elevação..........
simplesmente matei minha sede e me senti muito elevado ..Obrigado Muitoo