26 de março de 2015

Um abrigo no Altíssimo



Há muito tempo venho pensando e refletindo sobre a frase do Salmo 91:1 “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente”.

Começando pela palavra Onipotente, me lembrei que isso significa “único poder” e Deus, sendo o único poder, também é Onisciente (Única Ciência ou consciência) e Onipresente (Única presença ou toda presença).

A conclusão a que cheguei é a de que com essas qualidades e esse poder, nada está acima de Deus e de Sua presença, Sua consciência e jamais algo está escondido dEle e de Sua infinita abrangência. 

Com isso eu compreendi que o abrigo ou esconderijo seria apenas para o homem e não para Deus.
Com todas essas ideias, compreendi melhor o texto bíblico de Isaias 45:5 “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei; ainda que não me conheces.”

Procurei no dicionário a definição de “cingir” e além de envolver, abarcar, etc... o significado de que mais gostei foi “colocar algo em si próprio”.

Um dos sinônimos de Deus é que Ele é Mente. Então troquei a palavra Deus e coloquei Mente em Isaias 45:5 “Eu sou o Senhor, tua Mente, e não há outra; além de mim não há Mente ou pensamento; eu te cingirei mesmo que não me conheces.”

Com muita pesquisa eu percebi que há infinitas formas de se descrever a Deus e Seu abrigo para nós, e o esconderijo se desdobra e se individualiza de várias maneiras e uma delas é no pensamento, já que Deus é Mente e nós somos a individualização de Sua imagem e semelhança, ou seja, Sua ideia e reflexo.

No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, na página 205, lemos: “Quando compreendemos plenamente nossa relação com Deus, não podemos ter nenhuma outra Mente senão a dEle ...”. Eu me lembrei também de outro trecho, na pagina 128, que diz: “Um conhecimento da Ciência do existir desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem.”
“Latente” foi mais uma palavra que pesquisei e se define como coberto, encoberto, oculto, sonegado, etc... ou “que está presente de maneira contida ou invisível, mas que pode vir à tona”.

Lembrei-me de um dia em que passei por uma estação de metrô e havia ali uma exposição sobre a nossa nota de Real, com muitas imagens e explicações para Identificarmos as notas legítimas e o papel legítimo, e me explicaram que nas notas existem as imagens latentes para identificar o papel legítimo e os registros coincidentes para identificar a impressão legítima de nosso dinheiro, para assim evitar falsificações.

Eu perguntei o que era a imagem latente, e eles me disseram que é uma imagem que há no dinheiro, mas não é visível até que expomos a nota em um ângulo mais elevado, próximo à luz, e assim enxergamos as letras BC no canto da nota, que significam Banco Central, e com isso nos certificamos de que o papel é legitimo. Portanto latente é o que já está na nota, mas está dentro ou escondido.

As notas de dinheiro vêm com a imagem latente do valor legitimo e seus registros coincidentes nas impressões opostas, com círculos incompletos em cada lado que se emendam quando elevamos a nota perante a luz, mostrando que os desenhos se completam e formam um círculo. Assim identificamos a impressão legitima e sem falhas, evitando a falsificação e reconhecendo seu valor como legítimo.

Estou citando isso como uma analogia para ilustrar uma experiência que tive com notícias de corrupção e oposições de partidos e de eleitores, e mais as distorções de notícias pela internet, fazendo amigos brigarem entre si por opiniões contrárias, provocando inimizades e exclusão de amigos em seus círculos de amizades via internet.

Com esses incidentes, uma pessoa me deletou de seu circulo de amizades, e eu deletei outra por questões de descriminação racial e religiosa. Porém depois voltamos a nos reintegrar aos círculos, após pedirmos desculpas uns aos outros.



Com essa experiência, eu conclui que, do mesmo modo pelo qual precisamos elevar uma nota de dinheiro perante a luz para reconhecer o seu valor real, precisamos elevar a nós mesmos e aos outros à luz do Cristo, para perceber o valor real de cada um de nós, para reconhecer que somos filhos de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança.

O que mais me marcou foi um amigo que se posicionou como extrema direita e achou que eu sou de extrema esquerda. Mesmo estando aparentemente de lados opostos, com impressões diferentes sobre nosso país e sua forma de governo, nós ainda temos um registro coincidente, de modo semelhante às notas, e ainda mantemos uma amizade inabalável e a mesma intenção de construir um país melhor para todos, por isso formamos um círculo completo. O nosso verdadeiro valor está na nossa amizade e no desejo de paz.

Nunca me esqueço do dia em que fui a uma competição esportiva lutar boxe, e ele me disse que estava na plateia, orando por mim. Essa atitude me comoveu mais do que ter vencido e ganhado uma medalha.

Com isso eu percebi que nossa amizade e afinidade está além de opiniões opostas e decidi reconhecer a Deus como único abrigo e governo legítimo de toda a humanidade, e isso está latente e vai além do personalismo de crenças individuais.

Essa qualidade que parecia estar latente em nós, nos fez lembrar da união inseparável que sempre tivemos, e percebi que o respeito, a alegria, a consideração que temos um pelo outro enquanto conversávamos pela internet estava acima dos acontecimentos políticos.

Elevei meu pensamento à luz, e percebi que apesar de nossas diferenças, também temos muitas afinidades e gostos em comum. Eu me senti muito grato e comecei a orar por ele em agradecimento pela nossa amizade.

Esse incidente me inspirou e me fez elevar o pensamento a Deus como o Altíssimo, que é compreendido e demonstrado na amplitude do Cristo; e me fez lembrar do que disse Jesus, em João 10:10: “...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

E quanto aos problemas do Brasil, eu penso que de modo igual à definição de latente, “a honestidade está presente de maneira contida e invisível, mas deve vir a tona”, e em breve virá.

Até que as nações progridam e todos vivam em abundância, ainda teremos muitos ajustes e reajustes, e o erro cairá por si mesmo ante a Onipresença de Deus, o abrigo, o esconderijo ou a sombra do Onipotente, para que todos possam estar em paz e viver plenamente sob o governo de Deus. E lembrar sempre do que está em Mateus 22:39 “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Para concluir, cito o Salmo 67:1,2 “Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe... para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação.”

3 comentários:

Ramona Esther Nunez disse...

Amei este seu artigo meu querido amigo! Muitíssimo obrigada pela inspiração que lhe veio o alto dos Pai das luzes,onde não há mudanças nem sombra de variação.Maravilhoso! vou compartilhar muito e voltar a ler e re-ler.Está muito inspirado e muito suave e delicado. Obrigada Marco!!

Noemia disse...

É muito bom lermos este comentários pois enriquece nosso conhecimento, e amplia, a certeza, de uma união universal de pensadores, como escreveu Mary B.Eddy.

Maria Lima disse...

Oi Marcos, muito bom o texto. Adorei a analogia que fez com a nota que reconhecemos seu valor ao coloca-la na Luz, o mesmo acontece com o ser humano.Parabéns!!