13 de junho de 2013

Protestos da Verdade


Sempre tive vontade de participar de manifestações populares contra algum tipo de injustiça e a favor de um governo mais justo para todos. Mas, por diversas razões, entre elas a apatia, eu nunca tinha participado de tais protestos.

Aos poucos fui percebendo que eu não devo ser apático, pois sou filho de Deus, que é Todo-atuante. Como tal, devo ser ativo pelo bem da sociedade. Uma das maneiras de ser ativo é participar de manifestações populares, na internet ou nas ruas.

Há pouco tempo, eu participei pela primeira vez de uma passeata de protesto, que pedia que um político acusado de diversas irregularidades fosse destituído de seu cargo. Foi emocionante caminhar pelas ruas, entoando gritos de protesto, junto a tantas pessoas como eu, que lutam por justiça e pelo progresso do país. 


Depois disso, no entanto, eu senti dentro de mim que poderia haver uma forma mais elevada de protesto, uma forma espiritual. Foi então que me lembrei de uma passagem do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, que fala de Jesus, “cujas orações humildes eram profundos e conscienciosos protestos da Verdade — da semelhança do homem com Deus e da unidade do homem com a Verdade e o Amor” (p.13).

Em casa e fora de casa, eu passei a entoar esse tipo de protesto, o protesto da Verdade. Qual é a verdade divina sobre aquele político? Que ele era desonesto e odioso? Não. Apesar de ele mostrar isso exteriormente, eu podia ver além dessa fachada e enxergar o filho perfeito de Deus nele, ver suas qualidades divinas. Eu precisava ver além das aparências, ver que aquele e todos os políticos foram criados à imagem e semelhança de Deus, e refletem só qualidades divinas, como honestidade e integridade. Que eles são unidos à Verdade e ao Amor, ou seja, nunca estão separados de Deus, por isso sempre manifestam a natureza de Deus, e são incapazes de pecar e fazer o mal.

Eu sei que fazer isso não é fácil, pois envolve amar políticos que às vezes consideramos nossos inimigos e orar por eles, que nos perseguem cometendo injustiças. Mas não foi exatamente isso que Cristo Jesus nos aconselhou a fazer? Ele disse: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque Ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons e vir chuva sobre justos e injustos”. (Mateus 5:44).  Deus é Amor. Ele ama a todos (inclusive os políticos) incondicionalmente. Como reflexos de Deus, podemos e temos o privilégio de fazer o mesmo. E isso abençoa a nós e a todos.

Um problema comum dos protestos de rua é que muitas vezes são acompanhados por uma dose de ódio. Mas o ódio humano não corrige homens nem situações. É o Amor divino que “corrige e governa o homem” (Ciência e Saúde, p.6).

Os gritos da multidão geralmente exaltam os defeitos e erros dos políticos. Denunciar o erro é uma ação humana importante, mas não é o suficiente. Precisamos agir espiritualmente também. De acordo com a Ciência Cristã, afirmar o erro não é a melhor política. Negar o erro e afirmar a verdade divina é o método espiritual mais eficiente para corrigir situações desarmoniosas.

Vamos negar que os políticos sejam seres inferiores, movidos pelo egoísmo e a ganância, e vamos afirmar a verdade espiritual de que eles possuem o caráter divino, e que são movidos e impulsionados pela Verdade e o Amor em tudo que pensam e fazem.

Vamos reconhecer que é Deus quem governa esse país. A Mente divina, que tudo sabe, está guiando e governando corretamente os políticos e toda a população. Vamos declarar que estamos todos sob a direção infalível de Deus, e ter a certeza de que essa verdade espiritual se torna visível a medida que a reconhecemos em nosso pensamento.

Hoje e sempre, podemos encher nosso coração de amor divino e orar entoando protestos da Verdade.


2 comentários:

Andressa Guterres disse...

Flávio! É um bom modo pensar na verdadeira identidade daqueles que nos representam e acima de tudo saber que nosso verdadeiro Governador é Deus, que é justo, honesto, ético e verdadeiro. Obrigada!

Leila Kommers disse...

É uma ótima reflexão, Flávio, ainda mais com os eventos de violência que vemos na mídia e que incitam ainda mais ao 'ódio humano'. Precisamos parar para pensar o que realmente significa "amar ao próximo como a ti mesmo" e como aplicar isso na nossa rotina diária, afinal o "próximo" são todos ao nosso redor e não apenas aqueles que escolhemos para serem. Obrigada pela inspiração.